segunda-feira, 30 de maio de 2011

A IRA DA TROPA SERGIPANA

Não é de hoje que o governador Marcelo Déda vem achincalhando a família militar sergipana. Todos lembramos que, no ano de 2008, o mesmo concedeu um reajuste diferenciado para as polícias civil e militar, o que permitia, naquele momento, que um agente de polícia (nada contra o salário) percebesse remuneração maior que um oficial da PM.

Iniciou-se, então, o maior movimento de massa operária da história do funcionalismo público sergipano. Com o apoio dos familiares dos próprios militares e da sociedade civil organizada, tomamos as ruas de Aracaju e mostramos nossa indignação com a discriminação que sofremos à época.

A duras penas conseguimos um reajuste que ainda não resolveu as discrepâncias dentro da SSP e ouvimos as promessas de um governador mentiroso, que, àquele momento, nos disse que téríamos nossa carga horária definida em 2010, além da exigência de nível superior para ingresso na PM e no CBMSE.

Colocamos o movimento na rua e mostramos ao governador e à sociedade sergipana que o militar do estado de Sergipe não é o babaca que as autoridades que historicamente governaram esse estado por toda uma vida entenderam ser. Somos, além de tudo, também cidadãos e queremos ser respeitados como tal.

Recentemente os delegados da Polícia Civil iniciaram um pequeno movimento que não chegou a caracterizar uma greve e foram recebidos pessoalmente pelo governador do estado. Coisa que mais de 99% do funcionalismo público estadual jamais conseguiu.

Finda esta reunião os delegados se quedaram silentes e ficou em nossa imaginação que alguma coisa diferenciada ocorreria para beneficiar esta categoria profissional.

Senhores, no dia de hoje, na Assembleia Legislativa fora aprovado o reajuste linear de 5,7% para todo o funcionalismo público. O governador do estado mandou um projeto para a ALESE e escondeu dentro do mesmo o reajuste diferenciado dos delegados numa tentativa vã de trapacear os demais integrantes da segurança pública sergipana, policiais e bombeiros militares e a base da polícia civil.

O governador, mentiroso e trapaceiro, que já tinha dividido a SSP em duas classes distintas de servidores, munido de uma burrice extrema (ou sentimento de que somente ele possui inteligência) conseguiu, agora, dividir a SSP em três segmentos.

Policiais civis da base e policiais militares agora estão irmanados e realizarão assembleia das respectivas categorias na semana que vem. Pauta comum: conseguir também os mesmos 5% de reajuste concedidos aos "doutores" delegados.

Para isso possuem um dos maiores trunfos já dados a uma categoria classista: a realização do Forro Caju, do Forro Siri e demais festejos juninos no interior do estado. O estado de Sergipe tão propangadeado por aí afora como o "País do Forró" poderá, caso militares e policiais civis não obetenham seus pleitos, transformar-se no "país do medo".

O governo do estado e a prefeitura da capital já anunciaram a programação junina e já contrataram o que há de melhor em música popular nordestina. Os grandes comandos de policiamento já se anteciparam e elaboraram as escalas de serviço, utilizando a folga dos militares, para que os festejos ocorram com tranquilidade no estado.


Mas a tropa está arisca. Está cansada de ser sacaneada por aquele que pregou e continua pregando o Apartheid dentro da SSP. Seu nome: Marcelo Déda Chagas.

Não haverá governador, secretário de segurança pública ou comandante-geral algum que segure uma tropa extremamente insatisfeita com o que ora ocorre. Boa parcela dos oficiais superiores e a quase totalidade dos capitães e tenentes já anunciaram suas intenções com relação ao ocorrido e juntar-se-ão ao efetivo mostrando união e respeito a seus subordinados.

O governador Marcelo Déda administrava um vespeiro que gozava de certa tranquilidade e resolveu do dia para a noite metamorfosear-se em menino traquina e provocá-lo para ver o que aconteceria. O resultado: ele verá em breve.

Para aqueles que não puderam comparecer, o debate na comissão de constituição e justiça da ALESE foi extremamente nervoso. O presidente daquela casa, deputado Francisco Gualberto, utilizou-se de ignorância para "cassar" a palavra daqueles que pensassem de forma diferente daquilo que o governador queria. Foi interpelado por diversas vezes a respeito do reajuste diferenciado para os delegados de polícia, inclusive pelo Capitão Samuel. Praticamente ameaçou o Capitão Samuel de representação parlamentar e ouviu da boca de nosso representante que ele, o capitão, houvera recebido votação maior que a sua e que fora eleito pelos militares sergipanos. Durante explanação da deputada Ana Lúcia, o CB Palmeira da ABSMSE, questionou a (i)legalidade do projeto de lei do governador e foi ofendido e ameaçado pela mesma, sendo tratado por aquela, que se diz também representante de classe, como um menino malcriado de escola. Parabenizamos o CB Palmeira pela atitude e esperamos que nossas lideranças espelhem-se no mesmo para que esta corja cesse o espezinhamento com nossa categoria.

Além de querer impor de forma ditatorial a vontade do governo, os deputados Gualberto e Ana Lúcia ainda impediram a oposição de apreciar a cosntitucionalidade do projeto:


Durante a votação no plenário o projeto do governador foi aprovado por maioria tendo o Capitão Samuel utilizado-se de um bom tempo dos debates para alertar o governador de que ele estava do lado da tropa e que ele não se responsabilizaria caso algum tipo de caos viesse a acontecer envolvendo movimentos de policiais civis da base e miltares caso o governador não utilizasse o bom senso e sentasse com estas categorias para negociar.

À tarde seria realizada reunião da Comissão de Segurança Pública com a presença do SSP e do comandante(?)-geral da PMSE. Seria. Foi cancelada porque os dois, literalmente, acovardaram-se e "cagaram para dentro" (desculpem a linguagem chula, mas cidadãos chulos merecem termos chulos). Provavelmente foram alertados que o clima na assembleia estava tenso e fugiram do debate com a categoria policial.
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O blog do Capitão Mano parabeniza os presidentes de associação que estiveram presentes à ALESE, os muitos oficiais superiores que lá compareceram, sargentos, cabos e soldados que lotaram as galerias e a sala da comissão de constituição e justiça. Faz um agradecimento especial a um capitão que realizou algumas filmagens, das quais uma se encontra na postagem de hoje.

Vamos mostrar aos poderes constituídos que nossa tropa merece respeito e vamos partir, com gosto de sangue, em busca da mais uma vitória!

QUE DEUS NOS AJUDE E OLHE POR NÓS!

Ps. Só para constar: o reajuste de 5% dos delegados é retroativo à maio de 2008. Cada um porá a bagatela de R$ 40.000,00 em média no bolso no dia de hoje.

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